22 de novembro de 2014

Simples Azul Profundo

Ele se sentou na varanda, perto dos meus discos de vinil, com um ar cansadoramente inebriante
Tinha em suas mãos papel e caneta azul profundo, precisou mais de um trago daquele ar úmido
E com um sorriso devastador, ele destrinchou as primeiras palavras, as quais o mesmo não sabia explicar... Mas ele se sentia tão impotente!
Ah, os cantos da palma já estavam todos borrados e o papel manchado de azul profundo, azul mundo!
Qual eu pertenço, qual minhas cumbucas estão espreitas pela casa, qual lírios brotam na varanda!
Mas ele estava sentado na varanda e nem cheiro, e nem calmaria, alcançavam seu coração escuro...
Nem as rimas fracas e nem a metrificação! Estava tudo tão cinza e perturbador, mas tão sincero!
Tão cálido, tão joia, tão simples! Ele se permite ri de tal sentimento devorador, entusiasmador e conflitante! Isso trás paz... Trás simplicidade gigante!
Arrastava os dedos no papel, nunca precisou de muito e mais uma vez tinha uma péssimo rascunho numa folha datada. Não precisava de mais nada.

Daniele Vieira

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