12 de agosto de 2014

Centelhas Catastróficas


Atrás dos seus olhos, que olhos? Nunca vejo.
Centelhas pequenas demais para essa toda imensidão
Escura e doentia... Atrás dos espelhos, que espelhos?
Nunca refrato, nem palavras nem alegorias incertas
Nem todavia, que nunca encontro o que quis achar.
Já não sei nem o que quero encontrar, o que quero?
Nunca lembro do que forço para não esquecer
Atrás do que? Das antigas virtudes que foram esquecidas?
Ou das velhas lições de dores? Algo que não consigo alcançar...
Foge-me às mãos, as saudações honrosas de reconhecimento
As recusas, o alento... Quem diria que eu ainda iria ver
Tamanho esmero em tanta escuridão. Acenda as luzes.
Atrás dos seus olhos, que olhos? Nunca lembro.
Centelhas pequenas demais para acalmar meu coração
Órgão involuntário e irrigador... Atrás do pulso, que pulso?
Nunca falho, nem em bombear outra reação obsoleta
Nem em querer ficar aqui, longe dos meus elementos
Catastróficos, mas nessa explosão de centelhas eu vejo
Fogos de artifícios transbordando nessa imensidão escura.

Daniele Vieira

2 de agosto de 2014

Constante Linear


Subverter-se ao ser o que não era
Entre tantas possibilidades e desventuras
Entre tudo que inspiro e expiro voluntariamente
Longe de onde sigo, não há nada adiante, nem póstumo
Nem bravo e nem heroico, apenas o constante horizonte linear.

Desbravar mares que se entrelaçam sem fim
Mudam as perspectivas e realçam o que no fim esperar
Esperanças em ondas de agonia sedentas por respostas finais
Como lidar com essas perguntas naufragadas nesse vazio fantasmagórico?
Como lidar com essa imensidão sombria infinita? Apenas o constante horizonte linear

Vivendo em permutação com o que é,
O que era e o que será, inúmeras adaptações
Quando tudo que aspiro me inspira inebriantemente...
Quando de longe posso avistar nova faísca de presságio
Nada bravo e nada heroico, apenas o constante horizonte linear.

Daniele Vieira