20 de dezembro de 2013

Dançar Saudações Breves

Se eu pudesse decorar essa dança alegórica...
E talvez a entrelaçar em saudações breves,
Tudo seria mais tentador... Mais único.

Tanto como não fosse o bastante pra mim,
Tudo que eu acho que preciso me puxa do chão...
Piso em falso, falta salteados dançando por aqui.

Estruturas deitadas em um movimento delicado
E lá se vem e vai outra melodia exigente demais
Arrancando-me a perfeição por novos presságios.

Assim como nesse sonho que já acordo caindo,
Para nunca perder o último fôlego dessas luzes de led
Embriagando-me de utopias, até parece sinfonia...

Voltas e voltas no meio dessa multidão ambulante
Talvez lá no fundo, o dançar seria uma liberdade
Desleixada para saudações, superficiais, breves.

                                                                  E esse equilíbrio é mais tentador... Mais único.

 
                                                Daniele Vieira

5 de dezembro de 2013

Cores Do Meu Ser


Pisastes entre pilastres, navegando entre imensidões, engolindo meu ser.
Quem tu és? Sabes me dizer? Outra vez, pego-me traçando essa face vazia.
Esse som que ecoa pelo meu infinito, transgrido as notas, será sempre assim?
Afundando-me entre cores que eu não sei o nome, entre uma palheta de emoções.
Ande por aí, toque nesse mar e torça que lhe traga tudo que desejas... Ande por aí
E múrmure seus próprios mantras, quem sabe talvez si encontre por aqui...
Sem escolha me entrego a essas cores e lá estou eu nas profundezas
Respirando cores, sonhando formas, diluindo saudações... Inundando meu ser.
Piso entre pilastres, navego entre imensidões, engulo meu ser.
Quem eu sou? Sei te dizer? Outra vez, pego-me traçando essa face
Em outrora vazia e agora transbordando cores que eu não sei o nome.

Daniele Vieira 

26 de novembro de 2013

Silêncio Selvagem


É reconfortante esse silêncio, nada mais cabe em mim,
Só esse estigma selvagem que vai se arrastando pelo meu ser.
Eu nunca queria ser e estar tão livre, tão espontânea, tão assim.
Respirando em minhas dimensões, arriscando em outras paisagens
Colidindo com outras utopias, outras estantes, colidindo por aí
Sem me preocupar com o que não é imediato, com o que faz doer.
Meus cabelos, cacheados, soltos ao vento, dançando a todo momento.
É reconfortante esse silêncio, tudo e mais cabe em mim.

Daniele Vieira

7 de novembro de 2013

Amanhã Deveríamos Ser Suficiente


Feche os seus olhos,
Eu irei te surpreender...
Amanhã sentiremos saudades
Do que fomos e deveríamos ser.

Iremos fingir que não sabemos
De nada que nos aprisone.
Mas, meu bem, será tarde demais
Para amarmos outrém que não nos abondone?

Abra os seus olhos,
Eu não estarei aqui.
Hoje levamos lembranças
Só o suficiente para si.

Daniele Vieira

17 de outubro de 2013

Deixar Fluir, Talvez Seja Demais


Ainda tenho algo para não deixar ir,
Para não deixar fluir nesse outono...
É sempre algo que não dá para dizer,
Algo que não sei como escrever. 
Talvez, seja tarde demais.

Então, não adianta se fecho meus olhos.
Nem se murmúrio palavras estreitas e vazias 
Tentando dá-las algum falso conceito reconfortante.
Não adianta porque as desculpas sempre são minhas...
Sempre são arranjadas com facilidade.

Não sei reagir quando sou surpreendida por esses medos.
E no fim acabo desistindo... Acho que sou egoísta de mim.
Só um pouco de mim, um pouco que não sei deixar ir.
Não sei deixar fluir com essa correnteza de emoção...
Talvez, seja cedo demais.

Daniele Vieira

17 de setembro de 2013

Se Eu Pudesse Desatar Um Tanto De Mim


Se eu pudesse desatar minhas próprias mãos nesse caminho feito de rascunhos
E deixar de lado essas lições de desventuras para aventurar-me em minhas alegorias...
Seria um tanto utópico demais, um tanto mais de mim. O quanto já me perdi entre essas linhas,
Já me confundi em minhas fantasias e já me envolvi por outras melodias... Já não sei evitar.
Um fôlego não é o suficiente, uma história não é o bastante e o som do silêncio não é o mais alto.
Se eu pudesse desatar minhas próprias poesias nesse mar seco de inspiração
E deixar pra lá, esses vestígios de lembranças para deleitar-me em outras paisagens...
Seria um tanto libertador demais, um tanto menos de mim.

Daniele Vieira

22 de agosto de 2013

Suportar Anseios


Eu sei, não recebemos nada que não possamos suportar.
E isso me motiva. E isso deveria lhe motivar também.
Sou daquelas que tem asas mas tem medo de voar...
Daquelas que tem amor mas tem medo de demonstrar.
Nada que não possa suportar. Nada que deixe de motivar.
Nada que não me permita ficar por aqui nessa escada gelada,
Cativando minhas ironias pessoais em um punhado de ar.
Deixa pra lá, talvez não deveria dar tanto corda aos meus anseios...

Daniele Vieira

31 de julho de 2013

Tardou Assim...


Tardou, antes que nunca deixasse de ser assim...

Tardou lá, para aqui as ondas dançassem assim...

Tardou por aqui, esperando não ser mais assim...

Daniele Vieira

22 de julho de 2013

Mas Imagine...


É como se tudo reagisse por algo surreal,
Talvez seja uma questão de loucura mas imagine...
Como se caminharmos para algo já estimulado,
Algo já reprovado, algo já rabiscado...

Algo superior, algo calculado, algo cármico,
Além do que eu e você esperamos, algo antônimo.
Qualificado e premeditado, decepções atrofiadas...
Talvez seja uma questão de loucura mas imagine...

E se, talvez inconsciente, eu escolhi o que reagir...
 Como se andássemos pelos passos que antes desenhamos.
Talvez seja uma questão de loucura mas imagine...
Apenas a aflição de passar por esses passos.

Talvez seja uma questão de loucura mas imagine...
Se o que reajo não for o que antes escolhi...
Acho que dos passos e traços me perdi.
Talvez seja melhor andar assim.

Daniele Vieira

9 de julho de 2013

Crédulo Escrúpulo Congelado



Congelado no tempo
Esse escrúpulo obsoleto.

Cravejado em outras
Falsas e doentias memórias.

Cristalizado pela modernidade
Promíscua e indevidamente curiosa.

Crédulo e irredutível,
Mantém-se arruinado.

Daniele Vieira

Pra Cá


Te chamo pra 
cá e imagino
que não dar
para esquecer
o que ficou pra lá

Te chamo pra
cá e finjo
que dar
para não
ficar por lá.

Daniele Vieira

Eclipses Do Fim


Seguindo os eclipses do fim
Seguindo os eclipses do fim
Enquanto vejo bruxas queimando no fogo do desespero

Depois de um acordar bêbado e fétido
Anônimo e público
Transpirando loucura
Transpirando doçura destilada
Com a alma vagando por avenidas,becos igrejas e prostíbulos
Provando a santidade suja do asfalto quente
De um fim de tarde qualquer

Procurando o amor, catarse, uma dose forte de afeto
Ou mais um disco de jazz moderno
Vai vagando na liberdade da tristeza
Na leveza da solidão
Seguindo os eclipses do fim
Seguindo os eclipses do fim.

Carlos Santos

2 de julho de 2013

Mais Menos


Mais
Mais 
Mais
Mais

Menos 
Menos 
Menos
Menos

Mais de mim
Menos de ti
Mais de mim
Menos de ti.

Daniele Vieira

9 de junho de 2013

É, Já Faz Um Tempo


É, já faz um tempo. Faz um tempo que deixei de passar
Pelo momento, faça um apelo e é, faz um tempo que deixou de lembrar
Do nosso apego, que é culpa do tempo que se foi devagar.

É, já faz um tempo. Faz um tempo que eu escrevi no espelho
Meus passageiros desejos e é, faz um tempo que eles estão lá presos
Cheios de espasmos, que é culpa do tempo que trouxe-lhes reflexos.

É, já faz um tempo. Faz um tempo que já não sei o fim
Do que há em mim e é, faz um tempo que já não vejo esse jardim
Por aqui, que é culpa do tempo que ele perdeu o cheiro de alecrim.

É, já faz um tempo
Já faz um tempo
Que a culpa é do tempo.

Daniele Vieira

28 de maio de 2013

Como Está Agora?


Argumentos deitados no chão do meu quarto
Rimas empilhadas no meu armário
Ideias penduradas em frente da minha janela
Expressões piscando no céu lá de fora
E como estou agora? E como você está agora?
Deitado, empilhado, pendurado ou piscando?

Daniele Vieira

24 de maio de 2013

Como Nunca Doeu Por Karol Figueiredo


"Foi por medo de amar que eu amei.
Foi por medo de perder que eu perdi.
Foi por medo de chorar que eu chorei.
Foi por medo de sofrer que eu sofri.
E por ter tanto medo padeci.

Agora me vejo em um mar de solidão,
Sem esperanças que a lua um dia volte a brilhar
Ou que o Sol seque as lágrimas que insistem em cair.
Eu vivi com a esperança de nunca te ver partir,
Eu lutei por um amor sem saber que teria que desistir.

Eu pensei que já estava vacinada.
Eu pensei que esse negócio de se entregar era coisa do passado.
Eu pensava esta imune ao amor.
E me surpreendi quando você me ganhou...
Agora, me pergunto onde você foi parar? Para onde a vida te levou?

Ter que dizer adeus me faz perder o chão.
Para onde quer que eu vá sempre vou à tua direção...
O tempo irá passar e você sempre será minha sentença.
Os dias sem você vão machucar mais ainda terei esperanças,
Afina,l foi ao teu lado que voltei a ser criança.

Seguir sem você é mais que um desafio .
É como andar pelas as águas sobre um fio.
É como querer chegar ao Céu sem poder voar.
É como querer voltar no tempo e não poder voltar.
E se é assim que tem que ser, vou pedir ao Céu forças pra lutar!"

Karol Figueiredo

17 de maio de 2013

Tudo Era Por


Tudo era por equívocos urbanos,
Erros aculturais, ligeiros e levianos.
Espelhos não espelham o que parece mudar
E as arestas querem trocar de lugar.

Tudo era por argumentos sentimentais
Manipulados pelas indústrias emocionais.
Mas tudo era por algo não concretizado,
Medos, segredos ou um futuro vandalizado.

Daniele Vieira

9 de maio de 2013

Reações Obsoletas Assimétricas


  Tentei configurar esses sintomas mas nada bastou, empilhei meus anseios em outras perspectivas e de novo estava lá naquele vazio horizontal. Não havia nada para me assegurar, caí em reações obsoletas de mim. Como se já não soubesse me medicar... Como se já não soubesse controlar minhas reações. Quanta ironia nostálgica! Lembro-me de deixar sentimentos em outrora e embriagar-me de utopias severas. 
 O frio aos pés chega antes do contento e o calor aos olhos derrete minha visão antes da aprovação se concretizar. Agora tudo fica assimétrico, doentio, esdrúxulo, imperfeito e tão real... O pânico pós-queda tangencial desaparece como um sopro contrario à ventania e isso é um tanto constrangedor. Se antes a bravura e a eficácia fossem aliadas e tivessem os mesmos ideias racionais, talvez, repito talvez, nada houvesse acontecido.
  E agora, diante de tais frustrações, prologar as ânsias só causaria mais devaneios impróprios e passionais. É preciso apagar tais atos, renumerar as consequências, planejar as futuras ações, fortalecer minhas estruturas e mesmo assim ainda estarei vulnerável as minhas reações obsoletas assimétricas desprovidas de razão.

Daniele Vieira

5 de maio de 2013

Saudade Doí Menos


Acho fácil, esquecer o meu estado e conduzir-me a outra dimensão
Olhar para o salão e preferir as cores lá de fora, o que é de verdade.
Troquei meu amor pela saudade. E aqui estou eu, respirando
Nesse vazio delicado, buscando novas direções e decisões...
Já aprendi que saudade doí menos que deixar de evoluir 
Vens comigo ou deixe-me ir.

Daniele Vieira

15 de abril de 2013

Nada


Tudo que faltava, no "não há nada"
Talvez fosse o nada que fizesse falta...

Daniele Vieira

12 de abril de 2013

Vontade À Vontade


Vontade de ter vontade
Vontade de ver a verdade
Vontade de praticar a bondade
Vontade de derramar criatividade
Vontade de ser instrumento da felicidade.

A vontade não é sinônimo de praticidade
Então só a vontade em si, é uma fraude
A vontade, só, deixa tudo pela metade
E deixado à vontade, tem liberdade
Esquecendo as responsabilidades.

Daniele Vieira

7 de abril de 2013

Muralhas e Caminhos


Minha visão está embaçada por todas essas muralhas
Que levei anos para construir ao redor de mim
Isolando meus princípios, minha essência.

E agora não vejo o porque delas ainda existirem
Não me sinto protegida porém me sinto aparada
Pelo meu próprio orgulho e minha consciência.

O que eu quero, exige mais de mim
Antes isso do que desistir do que eu sempre quis
E as muralhas estão sendo destruídas por minha paz.

Quero minha poesia, quero meu livro em exposição
Quero sabedoria para tomar minhas decisões e quem sabe, 
Estarei construindo caminhos e não muralhas.

Daniele Vieira

Quero Me Perder


Quero me perder em palavras gentis,
Afastar suavemente todas as angústias
Expulsando de mansinho minha indecisão.

Quero me perder em pesamentos criativos,
Buscando explicações para todos os detalhes
Criando alternativas para até o não pensar.

Quero me perder em gente feliz,
Exalar felicidade pelos os olhos
Cativando tudo ao meu redor.

Quero me perder em mim.
E só me encontrar aqui
Na minha poesia.

Daniele Vieira

Meus Déjà Vus


Já faz tempo desde que eu lembro ter meus déjà vus 
Presente e atordoando-me no meus afazeres cotidianos.
A dor de cabeça é diária. E eu posso ver o hoje,
O amanhã e o incerto ecoando no meu paradoxo pessoal.

Lembranças incompletas, visão turgida perante o testemunho
E aflição no peito... Pronuncio mantras, repetindo continuamente,
Até a calmaria... Até minha paz ser restabelecida.
Sinto minha fraqueza, sei minhas fraquezas, conheço o inimigo.

Despertar-me em outrora e buscar-me renovada no final
 É meu dever, sustentar minha utopia perante meu próprio caos
A autodestruição torna-se algo psicológico.
Viciosa, inevitável, perigosamente confortável e tão perto de mim.

É tão absoluto, essa mania não é de hoje... Esses medos também não.
O tempo não cansa e desde que me lembro já deveria ter voltado
Aos meus sonhos. Livres de pesadelos e déjà vus.
O descansar é tão utópico e minha sanidade é tão explorada.

Daniele Vieira

29 de março de 2013

O Vermelho Ficou Rosa


Meu vermelho ficou rosa, não só o meu cabelo,
Mas também o vermelho que borrou meu azul, risos.
Às vezes é fácil encontrar a felicidade em meados cotidianos,
Nem sempre o que você espera acontece e decepções já são
Vícios, então para que lamentar? Rosa até que é bonitinho.
Rosa, cor-de-rosa, poderia ser a cor desse ano? Acho que não...
Desbota com meu shampoo de pitanga e isso é depressivo
Poderia fazer uma série de tristes poemas antigos que estão
Empilhados em minha caixa por anos ou até uma década
Mas eles são frios e ingênuos azuis... Quero derramar
No vermelho que me trouxe o rosa não desejado, 
Preferia o laranja acobreado do que o rosa desbotado
Mas até que o rosa, serviu. E estou servida de inspiração
Sirva-se também, afinal, essa raiva vermelha
Pode acabar desbotando para o rosa. 

Daniele Vieira

24 de março de 2013

Eu Sou Escritora


Eu sou a escritora e ele é o herói
Sou aquela que sempre tem que escolher
Era uma outra vez, onde tudo (nada) destrói
Sei, vai levar tudo que tenho e vai esquecer.

Eu sou a escritora e ele era o encantado
Idealizava e criava a perfeição em teu charme
E vou ter que começar com o que foi deixado
Imaginando e me perdendo sem o teu alarme.

Eu sou a escritora e ele foi o boêmio
Alegrava e incentiva o enredo bucólico
Esperava a hora certa para pegar o prêmio
Atropelei as palavras, sempre tão típico.

Eu sou escritora
Para sempre eu serei
E renovo-me agora
Por tudo que desejei.

Daniele Vieira

26 de fevereiro de 2013

Parecer-Ser: Parte II


  Sabe aquele instante que tudo parece parar e a criatividade inunda seus pensamentos? O sopro das lembranças infantis misturado com perfume de madeira molhada e grama recém cortada, invadem impondo sua presença acolhedora e quente em todos os lugares. A sensação é de está em paz, a solidão traz o sossego e logo induz a autoanálise. Tantas perguntas complicadas para respostas simples e monossilábicas...  Mergulho-me em ideias fantasiosas, onde as árvores são grossas, altas e latifoliadas, a floresta é verde escura, calma e silenciosa e as gramíneas me convidam para entrar... Acordo, não posso me direcionar para meus pesadelos. Persuasão é o poder. É persuadindo com fantasias utópicas que induzo meus sonhos. Perco a espontaneidade e tudo parece bem.
  Pareço-ser quem quero ser, pareço-ser quem espera as reações sintetizarem, pareço-ser quem nunca falha. Tudo parece bem, o meu parecer-ser se deleita entre minhas alternativas contemporâneas de estilos. Tudo é afetado, persuadido, mudado. E na boca, sobra aquele gosto amargo de desapontamento. Enquadro minha frustração em minhas paredes emocionais, posiciono as camadas de decepções em letras minhas e contemplo essa agonia, que ainda na tristeza, não deixa de ser bela. A minha confiança é delegada para outros setores, um tanto impessoais e diretos. 
  Obra de arte me ver ainda de pé desse jeito, a dor se torna viciosa e a sensação reconfortante. Quando parabenizada por tal virtude me sinto fraca, na verdade sufocada, é como não fosse algo complicado... Viver desviando da sua criatividade negativa, se escondendo de presságios e acumulando decepções. Amo criar incondicionalmente e isso é algo que meu parecer-ser não reflete e sim submerge ao peito.

Daniele Vieira

21 de fevereiro de 2013

Derramando Estrelas No Meu Coração


"Eu tava aqui na minha e você foi aparecer
Derramando estrelas sobre a minha solidão
Eu sei, eu não queria nem de longe conhecer
Alguém pra iludir de novo o meu coração

Você não poderia surgir agora
Você nem deveria me olhar assim
Alguma coisa diz que é pra eu ir embora
E outra diz que eu quero você pra mim

Eu tava aqui pensando em tudo mais menos você
E achei tão engraçado ter prestado atenção
Na sua distraída intenção de me entender
Como se já soubesse a chave da minha prisão

Mas eu não poderia fugir agora
Você nem deveria tentar assim
Alguma coisa diz que é pra eu ir embora
E outra diz que eu quero você pra mim

Nem sei se eu quero pensar mais nada. Nada.
Tudo que eu tinha larguei pelo chão de uma outra estrada."

Roberta Sá 

Vazio Segredo, Descalça Desejo


Teu segredo, meu desejo
Quando na verdade almejo
Despertar palavras em meu coração
Vazio, chorando por trás da solidão.

Meu segredo, teu desejo
Na mentira sorriu pelo cortejo
De belos olhos selvagens em ação
Veem nada além de uma triste ilusão.

Nossos segredos, nossos distantes
Nossos desejos levianos tão navegantes
Descalça no branco e preto, me deito 
Não adianta que nem saudade temos direito.

Nossas palavras tão complicadas e tão vazias
Sem algo concreto, sem exatidão, sem melodias
Nossas ações dançam contra o vento 
Se desencontrando a todo momento.

Daniele Vieira


18 de fevereiro de 2013

Cúspide Libra-Escorpião


Finalmente matei minha dúvida eterna sobre meu signo!Sou cúspide libra escorpião. 
O que é cúspide? "Entre a saída e a entrada de um signo, há sempre em período intermediário, que se chama cúspide. É interessante notar que o nativo de uma cúspide possui características completamente diferentes dos demais nativos. Não são somente as boas qualidades que se acentuam, também as características negativas vêm com muita força. Há maior intensidade em tudo que se relaciona com o negativo e dificilmente quem nasce numa cúspide passa pela vida em brancas nuvens, sempre deixa marca de sua personalidade. Em cúspide, o maior termo não existe, e isso deveria ser ao fato de que a pessoa é regida sempre por dois ou mais planetas, cada um com suas influencias."

Isso explica muita coisa que sempre achava que faltava e coisas que não coincidiam com minha personalidade.  Vamos lá então! 
Personalidade de Nativos Cúspide Libra-Escorpião:

"Mais que ninguém, sabe o valor das outras pessoas, das boas amizades, dos relacionamentos afetivos, de manter um círculo forte e importante de pessoas sempre crescendo ao seu lado. 
Sabe que isso lhe fortalece e lhe confere um sentido de identidade. É vaidosa, gosta de "papos-cabeça" e de boa comida. Gosta de estudar e viajar. Tem dificuldade em lidar com seus sentimentos irracionais como raiva, medo, reações histéricas, ciúmes e insegurança.
Conseguem perceber o que as pessoas sentem em seu íntimo, mesmo que nada seja dito. São pessoas sensíveis, inteligentes, fortes e determinadas, mas que escondem o jogo, por medo de perderem o controle ou de serem decifradas. São profundamente honestas, justas e verdadeiras. São pessoas humanas, misteriosas e intensas. Ah, e só conseguem viver no oito ou oitenta! Fogem do lado morno da vida.

Nos relacionamentos, você mostra sua face mais companheira, gostando de estar ao lado do parceiro em todas as atividades. Amizade é fundamental na relação.Você preza atitudes sinceras, pessoas inteligentes, artísticas, sensíveis, talentosas e criativas. Além disso, valoriza pessoas que estudam e se esforçam para ter um conhecimento diferenciado. Tem um discurso livre e aberto, mas no fundo é mais careta do que aparenta, esperando atitudes quase sobre-humanas de seu companheiro, como se você fosse a mulher mais especial do universo. -ri muito nessa parte!- Traição é algo extremamente dolorido para você. Ás vezes pode ter atitudes mimadas e idealizadas no relacionamento, exigindo da vida um romance perfeito. 
Vale tudo por uma boa paixão, pelo menos até que o sentido dela se acabe. Intensa, profunda, verdadeira, corajosa, ousada, perspicaz e extremamente sedutora, essa é você nos relacionamentos. Se sente atraída por pessoas fisicamente magnéticas. Você vai para além do limite. Entretanto, quando entende que esse seu limite se esgotou; acabou, não há mais chance de volta. Com você, a entrega é total. No amor, é oito ou oitenta, ou está com a pessoa, ou não tem mais relação nenhuma com ela. Você sente atração por pessoas determinadas, fiéis, pois seus ciúmes e insegurança não permitem que você se sinta segura perto de alguém instável.

Você é mais seletiva do que parece. -muito verdade- Por isso, pode até ter vários amigos, mas só alguns verdadeiramente profundos. Você é super generosa e gosta de se sentir útil, mas não suporta pessoas falsas ou burras, que insistem em não crescer. Você é também fiel e conselheira, e é ótima para perceber o que se passa com seus amigos, antes mesmo que eles precisem dizer. Sabe guardar segredos e aceita os "pecadinhos" de suas amigas, sem julgá-las. Pode ser aquela amiga amada e temida ao mesmo tempo, que sempre dá opiniões esclarecidas e corajosas. Gosta de sair e pode se envolver com alguém de dentro do grupo de amigos. Pode ser competitiva nas amizades, principalmente se alguém resolve ciscar no seu terreiro, seduzindo literalmente seu amigos. Sai de baixo, pois você pode virar fera.

Há um lado super ambicioso em sua personalidade, que insiste em brilhar. Mas não é a qualquer custo, você não passa por cima de ninguém, pois sabe que há um lugar reservado para você no mundo, já que acredita em seu potencial. Em geral, pode ser um pouco indecisa quanto à carreira a seguir, pois tem muitos talentos e dificuldade de associar trabalho a dinheiro. Precisa estar em um ambiente acolhedor, com pessoas de confiança, pois seu grupo de trabalho transforma-se em sua família. As melhores profissões são: Psicologia, Esoterismo, áreas de comunicação como Jornalismo.

Ela é, ao contrário do que dizem, muito leal e sincera. Sempre vai lhe mostrar os lados que não são vistos numa situação. Ouça seus conselhos, pois essa amiga é bastante sensível e perspicaz. Se você realmente for eleita amiga dela, não há ninguém que mova mais energia para lhe defender ou para ajudar a atingir seus objetivos. Tudo bem, ela também não é fácil: geniosa, teimosa, não abre mão de suas idéias, mas tem um coração gigantesco e só quer que cada um encontre sua luz. Uma dica: não traia a confiança dessa amiga, pois caso isso aconteça, não há segunda chance.
De generosa e leal, ela passa à perversa, vingativa e venenosa."

Daniele Vieira

Bibliografia
http://www.cadernor.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=492:influencia-das-cuspides&catid=53:cida-canazzaro&Itemid=226
http://renatamulinelli.blogspot.com.br/2009/06/personalidade-de-nativos-cuspide-libra.html

16 de fevereiro de 2013

Universos Sou


Venha, não tenha medo! Apenas me escute suavemente...
Sou uma galáxia de segredos. Sou universos caleidoscópios. 
 De breves tangentes púrpuras em falecimento na atmosfera cósmica.
Sou utópica por ser presente em memórias platônicas... Sou outrora
Que nunca fui, sou Pasárgada. Deito-me nas hipóteses vinculadas ao existir
E descanso no leito da melodia que trilha minha história. Olho para o alto e 
Esqueço de medir o peso das minhas reações ilusórias... Me atraio pelo desgastado
Pelo velho, pelo lendário, pelo antiquado, pelo não decifrado, pelo trancado...
Ora, amo errado na era de aquário pois já tirei o salto alto e senti o chão descalço
Que afago, que dádiva o chão sempre estar descalço, despreocupado, desarrumado.
Aprecio os belos detalhes eufóricos para serem reconhecidos como essenciais.
Acho bonito os laços que criamos, não os apegos, mas as certezas de não estarmos só,
Tem algo mais precioso e vital do que isso? Principalmente quando a sua pior inimiga
 É a autodestruição. Parece até que tem alguém que já escreveu minha história...
É como se eu já soubesse o meu destino, já me cansei de chamá-lo de carma,
Coincidência, inevitável e entre outros... Cansei de tentar mudar o que só o tempo pode.
Me contento em esperar com o punhado de purpurina no céu e uma gigantesca pérola cintilante.
Minhas rimas douradas se perderam com as minhas mudanças, sonetos pobres me embriagam
E me levam para solidão, lugar agradável para os poetas, fonte de inspiração filosófica.
Luzes refletem no meu amanhecer, uma explosão de cores harmônicas.
E isso é divinal, isso é paradoxo espiritual, isso é poesia parnasiana!
E o cantar do sabiá? De todos meus universos, meu maior segredo
É o não almejar as maravilhas mas sim contempla-las.

Daniele Vieira

Inspirada em C. Debussy,

Finalmente Todo Sempre


Finalmente me encontrei... Final mente todo sempre sem fim...
Idealizando uma paisagem, antes que odiasse essa utopia platônica,
Tenho delírios campestres nos prólogos dos meus sonhos...
Vai ver essa é minha maneira, talvez nada convincente, de me proteger.
Correntes mortais, coletivo de emoções, meu corpo não reage
Minha consciência adormece e meu coração ignora continuando a bombear.
Seguro o pulso, o conforto é sufocante... Admiro a minha covardia 
De viver esse enredo e largar minha sina doentia. Talvez nem seja eu poeta
E sim um poço de lamentações criativas. Um poço de epílogos mal terminados.
Não tenho reação e nem reparação, rasgaram meu quadro pintado de branco:
Rasgaram minha alma em um sopro. Rasgaram todas as possibilidades
Para eu construir um novo enrendo, meu novo delírio campestre...
Final mente todo sem fim, ai de mim que não restem brotos no jardim.
Prólogos prolongando o despertar infantil para a ousadia sapeca,
Provocando o desabrochar da maturidade no enredo cármico,
Pétalas pentagonais coroando o clímax paradoxal bucólico e
Finalmente me encontrei na queda do triunfo pessoal.
Final mente todo sempre sem fim... Para mim.
Afinal te encontrei novamente por aqui...

Daniele Vieira

12 de fevereiro de 2013

Sentia-se Púrpura


Sentia-se púrpura.
Fina e brilhante,
Estética planejada
Para agradar o externo.
Insensíveis dotes...

Daniele Vieira
04/01/12

4 de fevereiro de 2013

Meu Coração Tardou


"Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.

Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.

Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem."

Fernando Pessoa

27 de janeiro de 2013

LUTO: SANTA MARIA


A vida é frágil. 
Frágil demais para nos importarmos com a política e as formas forjadas de chamar a atenção.

Somos feitos de laços.
Laços esses que nos prendem as emoções, familiares, amigos, coisas. Laços que podem afrouxar e desamarrar tanto quanto ficarem mais fortes.

Temos tempo suficiente.
Tempo suficiente para viver, tempo que, dependendo do cuidado, pode-se estender ou diminuir. Tempo suficiente mas não para os imprevistos, mas não para os descasos traiçoeiros do destino.

Sentimos dor e isso é desgastante.
Sentimos a perda. Sentimos a falta. Sentimos a raiva. Sentimos o ódio. Sentimos que talvez se fizéssemos alguma coisa, mesmo que pequena, poderíamos mudar a história toda. Sentimos impotente. Sentimos a ruptura quebrando nossa alma e as nossas dores se acumulando e impregnando no nosso coração.

Queremos justiça. Queremos praticidade.
Queremos respostas para as perguntas complicadas. Queremos nosso beijo de Bom Dia. Queremos a verdade. Queremos a verdade de verdade. Queremos solução e não desculpa. Queremos os sorrisos de canto e as olheiras universitárias. Queremos os filhos com suas mães. Queremos os filhos da pátria não nas estrelas da bandeira e nem nas do céu, queremos eles de volta. Queremos rebobinar a fita. Queremos praticidade para resolver os problemas do Brasil.

Então vem a culpa. Quem foi o culpado?
O(a) jovem que decidiu ir se divertir? Que não ficou em casa? Que não tem "religião"? Que é rebelde? Ou será que a culpa é do dono da boate? Ou da fiscalização local? Ou de quem autorizou o estabelecimento funcionar sem estar nos padrões ideias? Ou será que foi a banda e sua atração pitoresca? Ou do segurança que não deixou sair antes de pagar? Ou de quem mandou o segurança fazer isso? Ou de quem se salvou pisando nos outros que caiam? Ou a culpa é do governo da cidade? Ou a culpa é do Brasil? Ou a culpa é do capitalismo? De quem é a culpa?

A culpa é de todos nós.
Todos que poderiam fazer melhor. Todos que deixaram de fazer o necessário para não ter que se esforçar. Todos que não prestam socorro diante de uma tragédia desse porte. A culpa não é uma acusação e sim uma consequência. Se todo mundo fizesse pelo menos um pouquinho, apenas um pouco, os problemas irão sumindo, porque de pouquinho em pouquinho tem um resultado gigante.

Uma tragédia requer nova visão social.
O que aconteceu hoje foi uma tragédia internacional. Países do mundo inteiro se mobilizaram e se sensibilizaram com o ocorrido. Artistas, músicos, autores, atores e entre outros famosos mostram seus sentimentos mandando orações, preces, poesias e etc. O passado recente arranha o futuro. Precisamos de mudanças. Fiscalizações corretas, gerenciamento correto, bandas responsáveis, seguranças atentos, porta de saída de emergência larga... E isso é só o começo, precisamos mesmo é de um país que se compromete com a segurança dos seus cidadãos.

 Luto pelos jovens de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

Daniele Vieira
*Fotografia minha de janeiro de 2012.

26 de janeiro de 2013

Meu Conforto


Teu conforto é meu aquário
Me prender nesse vazio meio cheio 
Um pouco antiquado, doí o agrado
Meu conforto é o mar molhado

Com ondas dançado sapateado,
Descansando debaixo do céu estrelado
Indo e voltando, beijando a areia salgada
Viver a aventura sem ficar preocupada

Meu conforto é um tanto poético
De chão silvestre e telas em braco ético,
Com velas acessas em literatura romântica
Onde tem calma mais tem dinâmica.

Daniele Vieira

24 de janeiro de 2013

Suavemente Sufocá-los


Suave sufoca o Era uma vez...
Decidi sair, sabe, talvez comprar sonhos,
Sufocá-los em balões e distribuir paras crianças,
Abrir o sorriso delgado, curto, meio pro lado, até poético.

Suavemente deixar o elogio para depois,
Deitar-me entre outras melodias e apreciar-me...
Repetindo contínuamente como um mantra... Apreciar-me.
Até sufocá-los, suavemente sufocá-los, todos os meus anseios.


Daniele Vieira

20 de janeiro de 2013

Borrei Meu Azul De Vermelho


Borrei meu mar parnasiano de vermelho,
Minha estrada com decoração para casório...
No meu azul turquesa manchando o desabrochar,
Onde as pétalas esquecem de dançar
Para prestigiar o vazio da solidão.

Borrei meu batom vermelho anos 50,
Acinturei meu desejo para não desejar todo tempo
O outro lado da história, homenageando o improvável,
Andando na neblina, brindando pelo vão
Que ocupa meu meu coração.

Borrei meu azul de vermelho, 
Talvez fosse meu medo crescendo por inteiro,
Medo de estar sozinha na neblina, de estar à deriva
Na beira de outra loucura paradoxal,
Que ninguém entende.

Daniele Vieira

3 de janeiro de 2013

Tempo Selvagem, Belo Sério


Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...

Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...

Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...

Tão Jovens! Tão Jovens!

Legião Urbana
- Tempo Perdido -