30 de maio de 2012

Ramalhete: Eu Ainda Não


Continua ainda difícil de dizer... O que anda acontecendo
Ele me deu um buquê de flores brancas e depois chorou
Empilhou as lágrimas no canto dos olhos e suspirou profundo
Devagar sorriu, e eu nunca percebi o que realmente aconteceu
Ainda falta algumas palavras que eu ainda não ouvi
É eu sinto falta do que eu não sei, do que ainda não é
Ramalhete, ramalhe-te, rama-lhe-te, r-ama-lhe te, ama lhe ter
Florescem nessa primavera tardia, partem para outra estação
É tão difícil deixar algo que você não sabe, ultimamente minha cabeça 
Pensa mais em outras desculpas nesse meu doce amargo
Ainda tem um pouco da sua dúvida em mim e é como, é como
Se ela nunca tivesse uma resposta, então me sinto bem
Pois nada pode solucionar esse pouquinho de ti que é meu
Eu ainda não escolhi minha direção, não escolhi outra pergunta
E eu ainda não descobrir o que realmente anda acontecendo.

Daniele Vieira


23 de maio de 2012

Daria Meu Tudo




É eu te daria meu tudo, eu daria meu tudo para ter além dessas lembranças
Empoeiradas na minha estante, e esse desejo me deixou com insanos medos
E isso esfumaça minha visão, é só mais uma história, sem amor, sem vitória
E então é isso? Nada é tão repentino com esse meu novo vício de me machucar
Entre essas personalidades que brigam por igual. Por onde andou minha harmonia?
Eu tenho estado tão confusa, eu tenho estado tão programada, tão planejada
E não quero que isso me segure, eu quero pintar as rosas brancas de violeta
E deixa-las girando e girando, me curando, me machucando, quando vou entender?
É assim que os escritores terminam? Ah, eu daria meu tudo para viver minhas 
Eloquências, eu te daria meu tudo para te ver sorrindo daquele jeito para mim
Enquanto minha única desculpa já foi usada, mas saiba que você sempre foi meu vício
É, acontece que eu nunca me enjoei das suas desculpas, nem das suas teimosias
Esperava e acreditava na sua percepção, um dia vai entender que eu estava certa
Era para ter sido diferente, era para tem desmanchado em roxo, violeta, lilás...
Estranho é eu ainda ter essa conexão com você, saber exatamente aonde você estar
E aonde você pertence é aonde você deveria ficar. Eu te daria meu tudo para você ficar.

Daniele Viera


21 de maio de 2012

O Que Eu Sou Para Você


O que será dessas equações desprovida de sinais? 
Quando realmente preciso do que não é real...
Me dei milhas e milhas de fantasias, criativa, cativa
Não me pertence, não se segure nessa minha realidade
Não precisamos disso, e isso é tudo que eu sei
Soma, equaciona e resulta em o que eu sou para você
Negue o quanto quer isso, se isso realmente te importa
O que eu sou para você, não é real. O que você é para mim,
Não me pertence... Já não é necessário, já não preciso
Daquela certeza, da prova real. Não, negue, não, nega
O que eu sou para você, não é o que você significa para mim
Você machucará sua autoestima com o que eu sou para você
E isso não me atrai, não me completa, não me segura
Ah, como seria doce, se tudo isso doesse um pouco pelo amor
Que restou, resta e sempre será tudo que eu preciso.

Daniele Vieira

19 de maio de 2012

Minha Própria Reação Criativa


Evocação do corpo no astral, transcende alma manchada
Manchada por tua áurea de cores, ponte da íris do teu olhar
Se estimula a autocompreensão minhas crenças são formalizadas
E em outro equívoco as pessoas entendem errado, não e nunca
Vão compreender meu ponto de vista, minha prosa poética
Porque chego/permaneço na minha própria reação criativa
Crio estranho por me julgar capaz de explicar minha loucura
Em meras palavras -que idiotice- quando sei que a compreensão alheia
É superficial, irônica e errada. Agora determino esse deveria ser
Teu exílio como ditador errôneo, nada é certo ao ponto que em mim
Faça sentido, já que sou retrógrada, já que só apenas meus antigos
Antigos leitores tem a possibilidade de entender meus jogos de palavras
Meus jogos caligrafados, não escrevo pela fama, não escrevo para o sustento
Não escrevo pela fé, não escrevo para delatar, eu escrevo para me...
Entender, logo é vero que ao certo só eu entenda minhas reações criativas
Apesar de ser por um lado compreensiva, ela é muito mais misteriosa
Que a própria dimensão das palavras, da pronuncia, da ortografia.
Tenho uma própria reação criativa, crio por querer criar, crio por desejo
De estruturar os patamares de minha inteligência, crio por amar criar
É uma coisa minha, é meu dom bizarro, é meu, só meu, meu, meu
Cada poeta com sua mania, cada maníaco com sua poesia
Cada louco com sua paixão, cada apaixonado com sua loucura
Meu, meu, meu, meu, só meu esse gingado reacionário criativo.

Daniele Vieira

18 de maio de 2012

Sinto Como É Doce


Permito afirmar sobre essas minhas esperanças, eu já sinto como é doce
Siga sua intuição, sinta como é doce. Sonhos, pequeno sonhador
Mexa sua bagunça, deixe essas memórias, enterre aqueles sonhos
Entre rosas brancas, puras, elas rubificavam meu nome entre espinhos
Eu precisava só mais um significado mas tudo acaba ficando errado
Esperança, seduz meu olhar ao equinócio que te despertou
Doce, sinto como é doce, como pode ser doce esse sentimento
Como pode ser doce o futuro precoce, eu já sinto como é doce o incerto.

Daniele Vieira




15 de maio de 2012

Guio Incerto


Verá, àquela prima, verá veio prima primeiro
Li na lima linda limão aquele manda-mamão
Sabia, sabiá cantarola não enrola a Mãe Iemanjá
Nada, nadar, nardo te cheirar, amar pra não afogar
Amarelo pintado elo belo, ama-relo ralo errado
Trate boa amar-te, chá mate late, boêmia mia
Breve era a neve leve, leviá longe greve dentro de mim
Grata pré-faz ataduras prata pré-vilégio guio incerto
Ego, pêssego, cedo cego de-du-go mergulho
Meu paraíso - isso, para isso, pro provoca em mim.

Daniele Vieira

14 de maio de 2012

Corra Corra Corra


Corra, corra, corra para o outro lado da sua cabeça,
Reconstrua seu mundo, respire a utopia, crie e crie
Devo voltar a pratica de imaginar coisas impossíveis
E fazer que elas sejam reconhecidas pelo meus leitores
Bata palmas, o chão, o céu, bata pernas, o show acabou
Como foi possível não sei mas compram meus sonhos...
Tinha algo que saltava além dos meus escrúpulos
Eu não tinha esse sentimento, cedo ou tarde, ele quebraria
Mas agora, corra, corra, corra, corra, corra contra o tempo
Preencha esse vazio que era rotulado como absoluto
O que é o tempo quando se tem infinitas ideias puras
Isso é tão ultrapassado, é tão cronometrado... 
Tanta criatividade para expor em algo "durável"
Corra, corra, corra para a criação da sua própria etiqueta
Seus modos deveriam ser apropriados... como sempre
E os meus pesadelos foram roubados pelo menino de cabelo meu
Não planejei toda essa profundidade mas agora eu estou pronta
Pronta para voltar, pronta para continuar aquela historia que eu
Esqueci de terminar... Corra, corra, corra para não sozinho ficar.

Daniele Vieira

Rainha de Copas: Parte II


     Todo o júri escreveu, em suas lousas. “Ela acha que não há um mínimo de sentido em nada”. Mas nenhum deles se habilitou a explicar os versos.   “Se não há sentido neles”, disse o Rei, “isso livra o mundo de um incômodo, você sabe, não precisamos procurar um. E eu não sei não”, ele continuou desdobrando o papel sobre os joelhos, olhando para ele de rabo de olho, “eu até diria que há algum sentido neles, afinal de contas ‘...Mas disse que eu não sei nadar...’ Você não sabe nadar, sabe?”, ele perguntou virando-se para o Valete.
     O Valete balançou a cabeça tristemente. “Eu pareço com alguém que sabe nadar?”, ele respondeu (Certamente que não, pois ele era uma carta de baralho feita de papelão.)
     “Tudo bem por enquanto”, disse o Rei, que continuou a falar sobre os versos para si mesmo: “E isso, nós sabemos, é verdade...isso é o júri, claro...Porém, se ela quisesse ir ao fim...isso deve ser a Rainha...Que seria de ti, saber quem há de?...O quê, afinal?...Deram duas a ele, a ela dei uma...ora, isso deve ser o que ele fez com as tortas, certo?”
     “Mas os versos continuam com Todas voltaram, não faltou nenhuma”, disse Alice.
     “Certo, lá estão elas!”, disse o Rei com ar de triunfo, apontando para as tortas sobre a mesa. Nada poderia ser mais claro que isso. Depois vem...Antes dela dar seu estrilo... você nunca deu estrilo algum, não é, minha querida?“, ele disse para a Rainha.
     “Nunca!”, respondeu a Rainha furiosamente, jogando um tinteiro em cima do Lagarto enquanto falava. (O infeliz pequeno Bill tinha parado de escrever na lousa com o dedo, pois percebera que de nada adiantava; mas depois do ataque começou a escrever novamente usando a tinta que lhe escorria pela cara, enquanto não secava.)
     “Então suas palavras têm estilo”, disse o Rei olhando para o tribunal com um sorriso. Havia um silêncio de morte.
     “É um trocadilho!”, o Rei completou com raiva, e então todo mundo começou a rir. “Deixemos o júri considerar seu veredito”, disse o Rei, mais ou menos pela vigésima vez no dia.
     “Não, não!”, disse a Rainha. “A sentença primeiro...depois o veredito.”
     “Que disparate!”, disse Alice em voz alta. “Que idéia imbecil esta da sentença antes!”
     “Dobre sua língua”, gritou a Rainha, vermelha de raiva.
     “Não dobro não!”, respondeu Alice.
     “Cortem-lhe a cabeça!”, a Rainha berrou o mais alto que pôde. Ninguém se mexeu.
     “Quem se importa com você?”, disse Alice (que acabara de voltar ao seu tamanho normal). Vocês não passam de um baralho de cartas!”
     Nesse instante todo o baralho voou no ar, começando depois a cair sobre Alice; ela deu um gritinho, meio com medo, meio com raiva, tentando rebatê-las. A menina achou-se então deitada no barranco com a cabeça no colo da irmã, que gentilmente afastava algumas folhas secas que tinham caído da árvore sobre elas.
     “Acorde, Alice querida!!”, disse a irmã. “Nossa, que sono pesado você teve!”
     “Puxa, que sonho estranho que eu tive!”, disse Alice. Então ela contou para a irmã, tão bem quanto pôde lembrar, as estranhas Aventuras que vocês acabaram de ler. Então, depois que terminou, sua irmã deu-lhe um beijo e disse “Foi um sonho curioso, querida, certamente; mas agora apresse-se, é hora do chá: está ficando tarde.”

Livro: Alice no País das Maravilhas

12 de maio de 2012

Você Acredita?


Você acredita que todos tem o seu final feliz?
Você acredita que toda magia tem um preço?
Você acredita que toda maldição pode ser quebrada?
Você acredita que todo conto tem uma lição de moral?
Você acredita que toda tragédia tem sua ardente paixão?
Você acredita que todo romance tem o verdadeiro amor?
Você acredita que... Essa é minha única maneira de acreditar?

Daniele Vieira

11 de maio de 2012

Dádivas Esperadas


Metade do caminho percorrido. Se a certeza já era estipulada, já não sei
Porém admito meus erros ao tentar me ajudar, admito minha intolerância
Admito e admiro essa sensibilidade conscientizadora e essa ignorância
Enigmática, esse desejo de ser e de poder realizar. Isso é magnífico
O que seria mais digno do que honrar e reconsiderar suas próprias dádivas?
Nada mais corajoso ou temido que experimentar e forçar os seus limites
Se tudo que sei era para não saber, tudo que eu espero, já é tarde demais.

Daniele Vieira

10 de maio de 2012

Amor Eterno


A eternidade pode ser cruel pelo êxtase de voar com as próprias asas
Ora, se agora, meu bem não vá embora, te espero na minha porta, tão meu
Tão meu, tão sua, tão nosso, tão nós, tão d'outra, tão d'outro, tão rabiscado
Já chega, eu sou bagunçada mas minha poesia não é palhaçada, olha a doçura

Amor, meu amor, diz que não demora, diz que vai esquecer daquela hora
Não consigo viver sem te procurar, amor vem me achar, doce doce doce
Chega de homens boêmios, chega de palavras complicadas, chega de chegar
Chega do devagarinho, chega do rapidinho... Preciso me descomplicar

Amor, amor, amor, amor, essa droga de libriana. Amor Eterno é Amor Próprio
Sem mais, sem menos. Com você, sem você. Beijo e cheiro, puro açúcar
Tão meu, tão minha, tão comigo, tão mim, tão meus, tão minhas, tão eu
Já até parece música e todo esse gingado é tão meu, tão presença, tão poetiza.

Daniele Vieira 

9 de maio de 2012

O Ápice Do Amor


Em equilíbrio com as vibrações
Positivas em torno do meu ser
Afligem o ápice de minha felicidade
Em suspenso completando outros patamares
De amor em êxtase com o firmamento
Guiada ao brilho da estrela perdida
Espelhando luz de esperança
Para esse mundo pecador, brilha
Centelha de luz celestial, flor divina
Alto astral no coração, paz na cabeça
E raiz com meus irmãos...

Daniele Viera
Adriane Braga
Gabriella Saldanha
Tayná Contes
Larissa Frota
Vladimir Silva

08/05/12

7 de maio de 2012

Doce Dezesseis


Doce, que seja pura doçura. Menina floresce na primavera da puberdade,
Viva doce, querido dezesseis... Viva nas copas das árvores que sombreiam
Este rosto desconfiado, dance entre a luz do teu salteado, doce dezesseis
Nenhuma glória é eterna entre minhas primeiras-primaveras afáveis 
Quero ramalhetes de rosas poéticas... Ora, não é que sem você fico sem poesia
E sem poesia eu ainda fico com você? -risos- Mais uma teoria minha é quebrada
Dezesseis acaba em Outono mas meu Outono já veio então me considero
Antiquada. -risos- Agora tem que ser doce, doce, agridoce, doce, doce, dócil...
Doce até o Dezessete, que seja, ela não consegue perdoar essa desculpa precoce
Com todas as outras muito mais simples. Vive no doce dezesseis, apenas dezesseis
Tão complicada e tão doce... Ela derrete essa doçura em outros discursos de amor
Com todos esses encantos é difícil se esquecer como florescer sorrindo
Dócil, só mais cinco meses, minha Primavera se estende em meu subconsciente
Que seja pura doçura, doce. Menina curiosa brinca no seu próprio paradoxo.

Daniele Vieira


Tenho Medo


Tenho medo, medo de criar, medo de criar coisas que eu não entenda.
Tenho medo dessa imensidão, tenho medo do muito conhecimento.
Tenho medo de me perder nesse mundo ilusório, tenho medo de
Acabar em outro equívoco... Tenho medo da sociedade implorando loucura.
Tenho medo da falta de poesia, tenho medo, tenho medo de viver menos
Do que julguei saber e mesmo com tudo eu tenho medo de saber,
De superar as surpresas, eu não quero mais saber além do que o necessário
Quero surpresas, quero ser surpreendida em vez de querer surpreender.
Tenho medo de não me encontrar e de não te encontrar nessa reencarnação.
Tenho medo por não chorar quando deveria e por amar quem não queria.

Daniele Vieira

4 de maio de 2012

Costumava


Costumava criar sem ter a principal nota,
Sem ter aquele comprometido com a arte
Sabe? Isso é tão estranho, é tão duro.
Já escrevi que "arte vem da dor" então
Toda conduta e etiqueta são suicídios
Por serem vendidos como regras sociais
Gastando tempo com besteiras refinadas
Costumava, antes eu até, costumava
Saber das negações sem ter que te negar
É complicado cuidar da postura caligráfica
Quando não tem nada para esconder
Nem meus lados mais bizarros e complicados
Criatividade envolve minha paixão pela loucura
Já que agrega, uma síntese é explicada
Antes eu até, costumava... Costumava 
Me importar com suicídios e loucura
Costumava, antes eu até, acreditava
Que suicídio e loucura eram a mesma coisa.

Daniele Vieira