17 de setembro de 2011

Um dia eu escrevi


Sabe, um dia eu escrevi, com palavras trémulas nos lábios e os dedos pressionando forte a caneta que mais borrava o papel de tinta do que  pintava  palavras, eu escrevi  o quanto queria que tudo desse certo. Os escrúpulos permaneciam ao meu corpo, já minha alma era dividida, em partes de minha dor, alegria e equilíbrio. Tinha desespero em cada suspiro, degolava os insultos, atrevimentos de amor.
A dor de sentir a perda chegando era explícita, já o suspiro do alívio e da confiança me aparava. Imaginar, é o que me conforta.
É o que eu faço de melhor. Estava a ecoar os passos frios que sugerem a derrota. MEDO? Se não era possível ou que seja, a queda é pior que quando chega no chão. Pergunto-me, tenho qualidades suficientes para alegar minha fé? E as preces que fiz pra contornar minha situação?
É para acreditar, porque no final quem estava escrevendo o que nunca teria coragem de falar era eu.
Um dia eu escrevi, na parede do meu quarto,  o quando desejava que tudo ocorresse como queria e tudo se resumia em: imaginar.

Daniele Vieira

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