2 de maio de 2011

Tiro de precisão



Esse foi o meu tiro de precisão. Foi o que definiu o tempo entre a vida e a morte. O inverso do nascer, a aurora do meu crepúsculo. Me embolei nos meus pensamentos e não conseguir soltar o meu paraquedas. Sim, ainda permaneço presa ao meu fardo, as minhas monótonas ações e ao meu trágico cotidiano; eu inclui os teus vestígios nas minhas lembranças com medo de que os mesmos fugissem do acaso. Calculei os meus sonhos e as minhas idéias a terrorismo e análise psicológica, aonde entra o teu senso sarcástico agora? Porque tuas conclusões falham enquanto eu ainda permaneço viva? São mais que perguntas, são tuas respostas.
Tudo tem sua função no mundo, todos somos designados para papéis bons e ruins formando o equilíbrio entre a verdade e o pecado. Sirva tuas horas para teus olhos, aprende a observar o que te cerca e o que não permanece no teu circuito de vida. Foi nos teus olhos que depositei esperanças, inovei teus sentidos de angústia e esperei o tempo passar. 
Enquanto me afundava em véus de tua tristeza taciturna, apertei tuas mãos.
Me lembravam o beijo após o desespero.
 Tudo que prometeu aos astro, não é mais válido, não são apenas e só aviões caindo por terra, o mundo já acabou e ainda não percebermos isso. És quando teu sol se esconde sobre uma colina, avisando que não pretende mais voltar. És quando as palavras perdem as suas lições morais e nos tornamos manipuláveis. Narrativas em forma de imagens, sim eu gosto, me iludo no possível imaginário que existe na minha cabeça, dentre tantas coisas no mundo eu admiro a tua forma de contemplação, afinal o que importa são os detalhes, quando você ama você percebe até o inevitável.
Datei o dia que você voltou a sorrir, foi quando esqueceu teu submundo e aprendeu a voar. Libertou tuas orações e ofereceu elas ao horizonte, abaixo do seu senso de respeito. Gritaste tua alma desbravada derrubou me sigilo durante a penumbra fria, elegantemente encantou os olhos e uma faca acertou meu marca-passo, isso não significa que tu me imunizou contra teus defeitos, apenas arrancou rancores do nosso passado de mim.
É quando me lembro de tuas iniciativas, relembro movimentos restritos aos lados que me cercam, eu sou incapacitada de me envolver perto de tua áurea, ela me embeleza, apaga meus pensamentos e me pune. Teorias me levam à acreditar em sintonia e a ordem em meio ao meu caos.
É me inspiro em coisas frágeis e incompletas assim como eu.
Não suportei, todo esse seu magnetismo do esbelto teu corpo. Puxei o gatilho. Respirei fundo. Ambos caímos mortos no chão. Desfigurados, fragmentados sobre os ombros alheios.
"Que busca nesse mundo seria algo puro como os passos dessa dança?"
Dançamos enquanto nos quebramos, formamos estilhaços e repressão.
"Quem diria que duas almas regeneradas pudessem forma um quebra-cabeça?"
Quando menos esperamos, o mundo começa a se translaçar com minhas tangentes e de repente sentimos dor, encorajados pelo prazer de criar teorias, imaginamos estarmos passando por outras vidas.
O quebra-cabeças foi resolvido.
Te vejo desconfigurado sobre essa neblina escura.
Abri os olhos e me levantei.
Olhei para o relógio.
 "Boa Noite, ainda são 4 e 30 da manhã."
Voltei aos meus defeitusos e bizarros mundos.

Daniele Vieira

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