22 de maio de 2011

Indo longe



Seguindo passos espalhados nessas ondas que vão e vem, 
Acabando embrulhados entres teus suspiros fortes.
Que memória é essa que me permite ver  através desse caleidoscópio?
Assobio frente, decepção contraste.
Desperdiço de tempo, é temporário.
Passou, deixando afundar tua avareza, percebeu que por dentro somos energia.
Vai e volta é sem fim,
Associa tua dança com as ondas retrocedidas.
Aperte suas mãos e contraia seu corpo, hoje aprendemos a errar.
O timbre desses passos desbotados, ensina que por mais que seja difícil não devemos fugir.
 Desembrulhados por tua calmaria que assopra nesse fluído.
São apenas reflexos de tua reflexão profunda.
Rema cauteloso, nada borboleta.
Oblíquos movimentos fazem perceber que somos da mesma natureza.
O limite pode ser ilimitado se agirmos ao contrário.
Envolve tua música em gotas de lágrimas,
brilhando em tuas bordas prateadas.
É esse pedaço do céu que me faz sonhar, busca a essência de me ausentar.
Levante o braço e estique os músculos, amanhã aprendemos a sintetizar.
Esse é o meu mar de idéias, sem poemas e rimas.
Ondulando meus pensamentos, aqui estou escrevendo imperfeito.
É fácil deixar-se cair, nesse mundo que me faz progredir.
Mas é difícil de sair da onde me faz lembrar.
Indo longe vou sim pois volto.
No Vou e Vem os vínculos já foram formados.
Só basta ser escolhidos e modulados.

Daniele Vieira

9 de maio de 2011

Inside drugs


Começa nos seus lábios, palavras deprimentes me levam a abaixar a cabeça, a  percussão de meu calafrio.Vibrando entre espelhos embaçados, consigo ver teu rosto ali no canto deformando tua estrutura, quem imaginária que conseguiria te decorar, é um teste de aprovação? Quando o encanto vai passar? E os medos vão privilegiar a perseverança e tomar coragem para fazer o que deve ser feito? 
  O veneno escorre, isso te deixa fraco.
Afinal você é a droga perfeita.
 É difícil de achar e difícil de largar.
Dentro de você, tu me dá vida e me destrói aos poucos e quando eu estou com você eu posso ir a qualquer lugar. O que tem de bom , tem de ruim. Atravessa paredes, contornado pelas tuas lembranças. Pena que o teu rosto pálido só me trás esperança.
Charmoso, esses olhos infiltraram no meu coração. E agora? E agora? Interrompeu o meu sistema imunológico e destruiu minha sensibilidade, afogando-me entre tuas palavras tortas. Quem diria que hoje eu estaria aqui envenenada e jogada no chão... Até parece que choveu por aqui, essa terra morta me trás memórias, aquelas que um dia eu troquei por tua droga.
Valeu apena? 
Será que o meu coração suporta? E o medo de me envolver de novo?  Tua química é mais poderosa que eu mesma imaginava, eu só quero saber se você ainda vai continuar matando sua alma?
Quando existe meios mais fáceis de amar. 
A agonia vai passar quando você segurar a minha mão e deixar o Sol te iluminar. 

Daniele Vieira

2 de maio de 2011

Tiro de precisão



Esse foi o meu tiro de precisão. Foi o que definiu o tempo entre a vida e a morte. O inverso do nascer, a aurora do meu crepúsculo. Me embolei nos meus pensamentos e não conseguir soltar o meu paraquedas. Sim, ainda permaneço presa ao meu fardo, as minhas monótonas ações e ao meu trágico cotidiano; eu inclui os teus vestígios nas minhas lembranças com medo de que os mesmos fugissem do acaso. Calculei os meus sonhos e as minhas idéias a terrorismo e análise psicológica, aonde entra o teu senso sarcástico agora? Porque tuas conclusões falham enquanto eu ainda permaneço viva? São mais que perguntas, são tuas respostas.
Tudo tem sua função no mundo, todos somos designados para papéis bons e ruins formando o equilíbrio entre a verdade e o pecado. Sirva tuas horas para teus olhos, aprende a observar o que te cerca e o que não permanece no teu circuito de vida. Foi nos teus olhos que depositei esperanças, inovei teus sentidos de angústia e esperei o tempo passar. 
Enquanto me afundava em véus de tua tristeza taciturna, apertei tuas mãos.
Me lembravam o beijo após o desespero.
 Tudo que prometeu aos astro, não é mais válido, não são apenas e só aviões caindo por terra, o mundo já acabou e ainda não percebermos isso. És quando teu sol se esconde sobre uma colina, avisando que não pretende mais voltar. És quando as palavras perdem as suas lições morais e nos tornamos manipuláveis. Narrativas em forma de imagens, sim eu gosto, me iludo no possível imaginário que existe na minha cabeça, dentre tantas coisas no mundo eu admiro a tua forma de contemplação, afinal o que importa são os detalhes, quando você ama você percebe até o inevitável.
Datei o dia que você voltou a sorrir, foi quando esqueceu teu submundo e aprendeu a voar. Libertou tuas orações e ofereceu elas ao horizonte, abaixo do seu senso de respeito. Gritaste tua alma desbravada derrubou me sigilo durante a penumbra fria, elegantemente encantou os olhos e uma faca acertou meu marca-passo, isso não significa que tu me imunizou contra teus defeitos, apenas arrancou rancores do nosso passado de mim.
É quando me lembro de tuas iniciativas, relembro movimentos restritos aos lados que me cercam, eu sou incapacitada de me envolver perto de tua áurea, ela me embeleza, apaga meus pensamentos e me pune. Teorias me levam à acreditar em sintonia e a ordem em meio ao meu caos.
É me inspiro em coisas frágeis e incompletas assim como eu.
Não suportei, todo esse seu magnetismo do esbelto teu corpo. Puxei o gatilho. Respirei fundo. Ambos caímos mortos no chão. Desfigurados, fragmentados sobre os ombros alheios.
"Que busca nesse mundo seria algo puro como os passos dessa dança?"
Dançamos enquanto nos quebramos, formamos estilhaços e repressão.
"Quem diria que duas almas regeneradas pudessem forma um quebra-cabeça?"
Quando menos esperamos, o mundo começa a se translaçar com minhas tangentes e de repente sentimos dor, encorajados pelo prazer de criar teorias, imaginamos estarmos passando por outras vidas.
O quebra-cabeças foi resolvido.
Te vejo desconfigurado sobre essa neblina escura.
Abri os olhos e me levantei.
Olhei para o relógio.
 "Boa Noite, ainda são 4 e 30 da manhã."
Voltei aos meus defeitusos e bizarros mundos.

Daniele Vieira